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🔬 Calculadoras ROMA e IOTA

  • Foto do escritor: Dr. Mário Rino
    Dr. Mário Rino
  • 30 de out.
  • 2 min de leitura

O câncer de ovário é um dos maiores desafios da oncoginecologia moderna. Por muito tempo, foi considerado uma doença “silenciosa” — mas hoje se sabe que ele fala, e fala cedo. O problema está em como ouvimos esses sinais.


Sintomas como dor pélvica leve, distensão abdominal, saciedade precoce e urgência urinária costumam ser atribuídos a causas benignas, mas quando são novos e persistentes, especialmente em mulheres com mais de 50 anos, merecem atenção redobrada.


É nesse contexto que surgem as calculadoras de risco, ferramentas que unem tecnologia, evidência científica e prática clínica para ajudar médicos a estratificar a probabilidade de malignidade de uma massa anexial. As duas mais utilizadas atualmente são o ROMA e o IOTA.


🩸 ROMA — Risk of Ovarian Malignancy Algorithm


A calculadora ROMA estima o risco de câncer epitelial de ovário com base em três parâmetros:


  • CA-125,

  • HE4 (Human Epididymis Protein 4),

  • e o estado menopausal da paciente.


Essas variáveis são combinadas em uma fórmula que classifica o resultado em baixo ou alto risco, auxiliando na decisão de encaminhar ou não para a oncologia ginecológica.


O ROMA é particularmente útil quando a ultrassonografia mostra uma massa pélvica indeterminada, funcionando como uma triagem sérica complementar à imagem.



⚠️ Importante: apesar da alta acurácia, o ROMA não é infalível. Condições como insuficiência renal e endometriose podem alterar os níveis de HE4 e CA-125, respectivamente, levando a interpretações equivocadas.Por isso, o contexto clínico e a avaliação médica continuam sendo indispensáveis.


🖥️ IOTA — International Ovarian Tumor Analysis


Já o IOTA (International Ovarian Tumor Analysis) é um conjunto de modelos baseados em achados ultrassonográficos.Entre eles, o mais conhecido é o IOTA Simple Rules, que classifica as massas ovarianas segundo regras benignas (B) e malignas (M), considerando critérios como:


  • presença de componentes sólidos,

  • septos espessos (>3 mm),

  • vascularização interna,

  • e presença de ascite.


O resultado indica se a lesão é benigna, maligna ou indeterminada, oferecendo ao médico uma estimativa objetiva de risco.



A acurácia do modelo é impressionante, com sensibilidade superior a 90% e especificidade acima de 80% — números que se equiparam aos melhores métodos diagnósticos não invasivos disponíveis.


🤝 Quando tecnologia e experiência médica se encontram


A combinação de imagem (IOTA/O-RADS) com biomarcadores (ROMA/HE4) é hoje uma das estratégias mais precisas para o diagnóstico do câncer de ovário, alcançando acurácia global (AUC) próxima de 0,98.


Essas ferramentas não substituem o raciocínio clínico, mas o fortalecem — ajudando a transformar suspeitas em decisões mais seguras e direcionadas.


A medicina caminha para uma era mais inteligente, personalizada e baseada em dados — e ferramentas como o ROMA e o IOTA são exemplos de como a tecnologia pode amplificar a sensibilidade do olhar clínico

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